quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Internacional Situacionista

      "Não há algo como uma obra situacionista, mas um uso situacionista da obra".


Internacional Situacionista (IS) foi um movimento internacional de cunho político e artístico. O movimento IS foi ativo no final da década de 1960, e aspirava por grandes transformações políticas e sociais.







  Formação:
Em 1960 é lançado o Manifesto da Internacional SItuacionista, organizado por um grupo de jovens que tinham uma chamada "ideologia marginal". No fundo, buscavam uma tentativa de teorizar as práticas espontâneas desenvolvidas no seio da subcultura boemia da Rive Gauche Parisiense. Guy Debord foi o fundador, e no seu círculo incluíam-se aventureiros, poetas e marginalizados de vários âmbitos, incluindo os conhecidos Letristas. A Internacional Situacionista surgiu de uma fusão de grupos, entre eles o COBRA, os Psicogeográficos da Alemanha, o MIBI (ou Movimento Internacional para uma Bauhaus Imaginista), este último encabeçado por Asger Jorn, além de artistas como Pinot Gallizio, um químico convertido em industrial e pintor que realizou desenhos feitos com as "máquinas de pintar". Eram rolos de tela pintados com pistolas e resina, feitas com o intuito de cobrir grandes extensões da cidade. No geral, as atividades da Internacional Situacionista reuniam obras de artistas, urbanistas, cineastas e poetas.
Uma das críticas dominantes era direcionada à pobreza teórica do funcionalismo dominante da arquitetura na época.


Guy Debord, líder ideológico do movimento, assumia uma postura "contra-cultura" numa época que ele mesmo denominava como a "sociedade do espetáculo". Ele se recusava a entrar no enquadramento sugerido pelos conceitos de "usuários-tipo", clássica do Estilo Internacional e do Movimento Moderno. Quanto a esta situação social até então vigente, eles apontavam suas críticas para o efeito retardante de uma estrutura econômica opressora que exclui os usos de "efeitos afetivos". Questionavam o papel da produção cultural na cultura consumista do pós-guerra, posicionando-se assim como um grupo de dupla identidade estética e política. Fortes críticas acerca da "pasteurização" da vida cotidiana, na qual o usuários estavam "embutidos" nas " fórmulas de uso".

"Aqueles de nossos colegas que se mostram partidários de uma arquitetura nova, uma arquitetura livre, devem entender que a arquitetura deve abrir caminho tomando como objetivo situações emotivas, mais do que formas emotivas"





"O urbanismo não existe, não é mais do que uma ideologia. A arquitetura sim existe, igual à Coca-Cola. Um produto revestido de ideologia, mas real, que satisfaz de uma maneira falsa uma necessidade falsa."


   Principais Ambições:

Acreditava-se na descentralização da arte, objetivo que poderia ser alcançado com a "inflação" da produção de arte a partir custos muito baixos e em grande quantidade. Tinham uma atração pelo melodrama, pelo humor sarcástico e uma ira inflexível contra a "ordem pré-estabelecida". Faziam uso humorístico de imagens publicitárias e outras formas de poesia urbana que utilizam como meio e suporte formas de expressão popular. Neste sentido, uma exploração de novas formas de subjetividade revolucionária. Segundo o manifesto deveriam estar sempre associados:tempo vivido x espaço, ação x representação, vida x arte. 

Incluída em suas linhas de ação, a cultura concebida, para os Situacionistas, como um complexo formado pela estética, os sentimentos e os costumes: a reação de uma época à vida cotidiana, que pressupunha uma "revolução" como uma transformação radical da estrutura e do caráter do desejo. Buscavam uma redefinição dos novos desejos com relação às novas possibilidades do mundo atual: "temos que construir ambientes novos que sejam, simultaneamente, produto e instrumento de novas modalidades de comportamento". Deveriam ser feitas relações próximas entre espaço e desejo, tendo a paisagem contemporânea como o laboratório de busca. Os desejos revolucionários denunciaam a necessidade de renovação, uma busca pelo desconhecido, pela surpresa, espontaneidade, não preocupando-se com o objeto final, mas com ato criador: generalização de criatividade. 


A questão da disposição dos espaços nas cidades foi uma das grandes inquietudes do grupo. Geravam conceitos de um tipo de urbanismo denominado "totalitário", uma reconceitualização criativa da cidade, na qual seria possível a construção de situações sobre as condições de organização e ação. "Não tratar a cidade tratando dos iguais, lidar com a sua multiplicidade, como um novo teatro de operações culturais". A Metrópole não era apenas um "momento do habitar", mas a sua condição e possibilidade. Assim, urbanismo não é encarado como planejamento urbano, mas o que importa é a sua condição de ser, e suas possibiidades.






Fonte de Pesquisa:http://www.territorios.org/

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